segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

VIAJANDO

Meu último dia na Nigéria foi bem típico. Meu vôo para Madrid sairia às 11 da noite, mas peguei um taxi para o aeroporto de Lagos às 13h, porque tinha uma entrevista pelo Skype à tarde e resolvi usar o cyber café do aeroporto, para não ter que ir para lá sozinha, à noite. Gastei quase 2 horas no trânsito. Chegando lá a internet era caríssima e não funcionava direito, então remarquei minha entrevista para quinta feira.

Mesmo no aeroporto internacional, eu era uma das poucas brancas. Enquanto comia uma torta de carne conheci um cara do Afeganistão e conversamos um pouco. Depois resolvi tentar fazer o check-in, mesmo sendo muito cedo ainda. Surpresa: a fila para o check-in já estava enorme! Tinha um casal de brasileiros lá e fiquei conversando com eles. Depois de mais de 4 horas (check-in nigeriano, com direito a briga na fila e abertura de todas as malas de cada passageiro), entramos na sala de embarque. Eles tinham bastante excesso de bagagem e tiveram que pagar horrores. Eu tinha um pouco também, mas não paguei nada. Talvez porque eram poucos quilos, talvez porque sempre tento ser o mais simpática possível com todos os funcionários, talvez porque ando pra lá e pra cá carregando uma ovelha de pelúcia azul e rosa. Gastei minhas últimas Nairas (o que não foi difícil, pois como em todo aeroporto as coisas eram bem caras) e esperei o avião, que estava atrasado. Foi a primeira vez que achei a comida do avião maravilhosa e saboreei calmamente cada pedacinho.

Como em todos os vôos até agora, não tinha ninguém do meu lado, então dormi deitada a viagem toda. Esperei algumas horas no aeroporto de Madrid (onde já carimbaram meu passaporte, então começou a contagem dos 90 dias que posso permanecer na União Européia sem visto) e segui pra Praga (capital da República Tcheca).

Em Praga uma policial resolveu fazer um teste anti-drogas na minha mala, por fora, e disse que deu positivo. Abri todas as malas, checaram cada bolso de cada calça, cada página de cada livro, cada pote da nécessaire, abriram cada pacote que estava lacrado e no fim descobriram que era o repelente que reage com o líquido que eles usam para o teste. Depois de mais de 4 horas lá guardei tudo nas malas de novo e saí. Minha amiga que mora em Praga já tinha ido embora é claro, pois quando pedi à policial para avisá-la, me disseram que não podia. Mesmo assim quando liguei pra ela, ela voltou lá pra me buscar e me levou pra comer, depois pra estação de trem.

Compramos o bilhete para o trem das 15h06, mas não conseguimos chegar à tempo, chegamos lá às 15h07 e ele já tinha saído. Apesar de ter perdido o trem, fiquei muito feliz de ver que realmente não estava mais na Nigéria. Minha amiga me deixou lá e fiquei esperando o próximo trem, que partia às 20h. Como a viagem duraria mais de 6 horas, “comprei” uma cama. Enquanto esperava passei bastante frio e os dedos do pé até congelaram, mas eu estava me sentindo bem.

Na hora de pegar o trem um senhor tcheco que não falava inglês viu que eu tava perdida e foi lá tentar me ajudar. Tentou ler meu bilhete, mas estava sem os óculos, então chamou outro que estava lá por perto. Eles me mostraram pra onde eu devia ir e me ajudaram com as malas. Agradeci com mímicas. O “quartinho” para três pessoas no trem é minúsculo, mal cabiam as minhas malas e as 3 camas são uma em cima da outra, fiquei na mais alta. Tentei tirar umas fotos, mas ficaram fora de foco. Cheguei bem em Zilina (eu tinha escrito errado no outro post), onde 2 pessoas da AIESEC me receberam na estação e me levaram de taxi para o dormitório da faculdade, onde vou morar os próximos dois meses.

Um comentário:

Nina disse...

ashuashusah
vai acostumando que é assim msm
chega 30s atrasada e perde o trem :s